Candidato do PSD à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Adolfo Menezes se vê diante de um cenário mais favorável para chegar ao comando da Casa no biênio 2021-2022, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de vetar reeleição para presidente na Câmara e no Senado Federal. A negativa da corte frustrou a expectativa do atual presidente Nelson Leal (PP), que esperava haver uma autorização em “efeito dominó” para buscar a reeleição no legislativo baiano.
Num cenário sem Leal, Menezes articula para ter o apoio maciço da base governista e evitar um bate-chapa com eventual candidatura de outro candidato do PP. O partido é liderado pelo vice-governador da Bahia, João Leão, que já revelou ambição de manter a AL-BA sob controle da sigla.
Adolfo, por sua vez, tem a seu favor o acordo selado pelo governador Rui Costa (PT), que previu rodízio na presidência do legislativo entre nomes da base, começando com Nelson Leal no biênio 2019-2020.
“O governador já disse de público que fará tudo para que o acordo seja honrado […] Sim, claro. Tanto o governador, que é o comandante maior, como todo mundo não quer disputa nenhuma. Disputa [na base] sempre é ruim”, afirmou o pessedista, ao reiterar que o embate entre aliados abre um “flanco” para a oposição.
Numericamente, o PSD soma à sua bancada de 10 deputados [com a chegada do suplente Ubaldino], 11 colegas petistas [contando com ascensão de Bira Coroa], cinco do PSB, dois do PDT, além de João Isidório (Avante) e um nome do PP que já externou reservadamente apoio a Menezes.
“Eu estou falando com todo mundo, todos os deputados, o sentimento é esse, se puder ter consenso, melhor. Se vai ter, eu não sei. O governador anunciou que estava perto de um desfecho amigável, mas não estive com ele ainda. Vamos aguardar”, declarou Menezes.