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Ex-secretário diz que incentivos dados à Ford foram compensados e reforça papel de ACM

Para Mascarenhas, se não fosse a atuação do então senador, estado não teria conseguido atrair montadora para Camaçari

[Ex-secretário diz que incentivos dados à Ford foram compensados e reforça papel de ACM]
Foto: Metropress

O ex-secretário da Fazenda do governo Paulo Souto e também integrante da gestão de César Borges, Albérico Mascarenhas, comentou a concessão de benefícios fiscais para atrair a fábrica da Ford para a Bahia no fim dos anos 90. Segundo o gestor, na época, houve uma grande pressão por parte de políticos do Rio Grande do Sul e de São Paulo contra o pacote benéfico ao estado. Questionado por Mário Kertész hoje (13), em entrevista durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, Mascarenhas afirmou que as concessões deram retorno muito maior que o esperado para a Bahia.

“Mais do que compensado. Claro que é muito ruim a saída da Ford. Só para dar alguns exemplos, a Ford fez aqui na Bahia um sistema de produção inédito na época, que é o chamado sistemista. Antes ela recebia as peças e ela montava as peças dentro da linha de produção. A partir daí, as empresas fornecedoras estavam dentro da fábrica, cada uma com seus equipamentos na linha de produção e elas iam acoplando seus equipamentos às peças e ao carro sendo produzido. Esse sistema permitiu que muitas empresas fornecedoras da Ford viessem para a Bahia”, disse o secretário.

Ele citou a criação de cerca de 8 mil empregos diretos dentro da unidade da Ford em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Além da Ford, outras três grandes fábricas de pneus, a Bridgestone Firestone, que já estava acertada para ir para outra unidade da federação e terminou vindo para a Bahia, além da Continental e a própria Pirelli, que só produzia pneus convencionais, passaram a produzir para a Ford. “A demanda da Ford permitiu a vinda dessa fábrica de pneus”, declarou.

Ainda segundo o ex-secretário, um dos grandes atores para a vinda da Ford para a Bahia foi o então senador e ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães. “Se a Bahia não tivesse uma pessoa, um líder aguerrido como era Antônio Carlos, fatalmente o governo federal vetaria o projeto de lei e pronto, assunto encerrado. Até porque, com todo respeito ao prefeito Fernando Henrique, ele era paulista. São Paulo fazia uma pressão absurda contra os incentivos fiscais. De um modo geral, naquela época, incentivo fiscal era a grande questão da disputa entre os estados da chamada guerra fiscal, que acho que em algum momento ela se excedeu”, declarou Albérico.

“A gente dava um benefício e um incentivo de um imposto que não existia. Eu não estava diminuindo a receita do estado. Quando eu dei o benefício para a Ford, se ela não estava instalada aqui, essa receita não existiria jamais. Se você abriu mão daquele imposto por um tempo para que ele gerasse emprego, ele em si já se justificava. O governo federal pôs essa pressão dos estados do sul, e o próprio Rio Grande do Sul revoltado por ter perdido a fábrica e o estado de São Paulo fazendo uma pressão terrível”, acrescentou.

Crédito: Metro1.

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