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Políticos e ativistas protestam após declarações de vereador cristão em Salvador: “Ele é irrelevante”

Parlamentar foi único a votar a favor da revogação da lei Teu Pereira, que impõe punição a estabelecimentos que discriminem pessoas LGBT

Políticos e ativistas protestam após declarações de vereador cristão em Salvador: "Ele é irrelevante"
Foto: Reprodução

Após o vereador cristão Ricardo Almeida (PSC) ter sido o único a votar a favor da revogação da lei Teu Pereira, que impõe punição a estabelecimentos que discriminem pessoas LGBT, a presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) Keila Simpson e a vereadora homossexual Laina Crisóstomo (Pretas por Salvador) repreenderam falas do parlamentar.

Segundo Keila, o vereador é irrelevante e a ação foi utilizada como uma oportunidade para ele aparecer. “A primeira vez que eu ouvi o nome dele foi agora. Isso demonstra exatamente a relevância de parlamentares como esse, um edil que não tem nenhuma expressão na Câmara de Vereadores que, a partir de uma declaração completamente equivocada, acaba colocando o seu nome em evidência para estar nos veículos de comunicação e ser lembrado futuramente. Para mim, ele vai continuar sendo um mero desconhecido”, declara Simpson.

Em entrevista ao Jornal da Cidade, da Rádio Metropole, nesta terça-feira (29), o vereador justificou o voto opinando que a lei “é uma superproteção, como se criasse uma super raça, uma supervalorização daquilo que é um comportamento pessoal, de escolha livre e que a sociedade não deve pagar por isso”. A fala se refere ao grupo LGBT.

Em contraponto, Keila afirma que a opinião do parlamentar não corresponde à realidade. “Ele não pode dizer que uma lei que vai punir estabelecimentos porque são violadores de direito é uma superproteção. Se tem uma coisa que essa população não tem é superproteção. Ela não é superprotegida em nenhum lugar e a punição não é de forma subjetiva, a punição é de forma exemplar, porque esses estabelecimentos devem reconhecer que não podem discriminar pessoas em situação nenhuma, especialmente no que diz respeito a identidade de gênero e a orientação sexual dessas pessoas”, crava.

Na mesma entrevista, Almeida ainda disse que suas opiniões precisam ser respeitadas, comparando a orientação sexual de pessoas LGBTs a escolhas. De acordo com Laina, esse tipo de declaração é errada e não é válida, por partir de alguém que não vivencia o preconceito.

“Fico indignada porque não é uma escolha, é uma orientação. A gente não escolhe a nossa sexualidade. O tempo todo fazem essas declarações, de uma perspectiva limitada. Somos extremamente violentados pela nossa orientação. Eles não sabem disso e não podem falar sobre o que não sabem. Quem sofre LGBTfobia é quem vivencia”, explica.

Para a vereadora, posicionamentos discriminatórios no ambiente político devem ser combatidos com a inserção de pessoas de minorias sociais em espaços de poder. “Isso demonstra que a política precisa de representatividade. O judiciário ainda é preconceituoso e a gente tem lutado por leis e pela construção da justiça, da nossa visibilidade. É sobre a nossa existência”, afirma.

Crédito: Metro1

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