Num jogo de cinco gols, com arbitragem ruim, uso excessivo do VAR, decidindo, gol anulado, pênalti perdido e outro não marcado, muito erros defensivos, o Bahia levou 3 x 2 em casa dos argentinos do Defensa Y Justicia e vê a classificação para as semifinais da Sul-americana agora bem mais difícil.
Com o resultado, o Bahia vai precisar vencer o jogo de volta, na Argentina, por dois gols de diferença, se quiser continuar vivo na competição e chegar às finais. Um sonho agora bem mais distante. Mas… futebol é futebol.
E, cá pra nós, os Hermanos não mostraram essa bola toda na Fonte Nova. Mas souberam bem se aproveitar dos erros, do nervosismo e da ingenuidade do time de Mano Menezes, que marcou mal, fez uma primeira etapa de dar dó.
Um primeiro tempo, aliás, estranho, em que o grande protagonista foi o VAR, travando a partida por mais de 15 minutos, interferindo seis vezes no andamento do jogo e mudando as decisões do árbitro equatoriano em campo, inseguro. Teve gol anulado, pênalti não marcado, decisões equivocadas, lances confusos… mesmo assim, depois de estar levando 2 x 0, o Bahia conseguiu diminuir e Gilberto ainda perdeu um pênalti. A segunda etapa foi diferente, com o Bahia tentando (falta talento) e o Defensa marcando e apostando em mais um erro do rival para matar o jogo. E matou.
– O palco, a Fonte Nova, o Tricolor baiano, único time brasileiro sobrevivente na competição, querendo fazer história, chegar às semifinais. Mas… tem time para isso?
Com a bola rolando
Mal a bola rolou, as equipes ainda se estudando… Olhe o VAR!
– Gol ! 1 x 0, Defensa, aos 4 minutos, Romero entrou de cara, após vacilo infantil de Élber, perdendo a bola na intermediária, com displicência. Capixaba poderia ter matado a jogada, não o fez.
O VAR confirmou o tento, o lance foi limpo. O gol atordoou mais ainda a defesa baiana. Mas … Olhe o VAR interferindo !
– Gol ! de Gilberto, aos 13min. Nino levou bem pela direita e achou Gilberto na quina da área inimiga, livre; o avante clareou e bateu cruzado, empatando. O árbitro consultou o VAR e…quatro minutos depois anulou o gol, marcando impedimento do atacante, talvez a ponta de um cotovelo à frente. A alegria durou pouco, pois, continuou 1 x 0 para os argentinos.
Aos 27’, olhe de novo o VAR ! Mais quatro minutos de espera irritante, checagem geral num lance de disputa na área baiana entre o atacante argentino e Anderson Martins … o árbitro, que nada tinha visto, conferiu, analisou o vídeo e marcou pênalti contra o Bahia
– Gol ! 2 x 0 , Romero batendo firme, ampliando. Tudo só piorava em campo.
. A verdade é que fora o lance do gol anulado de Gilberto, a equipe de Mano não se achava em campo.
– Olhe o VAR ! De novo ! Aos 32, depois de outra boa jogada de Nino pela direita, o cruzamento saiu na cabeça de Gilberto; na testada, a bola bateu no braço do zagueiro, claramente. O árbitro marcou o pênalti, mas foi chamado pelo VAR, checou e voltou atrás, não deu a penalidade. Um VAR argentino, pois.
Por volta dos 38’, novamente o VAR interviu e dessa vez em favor do Bahia. Confirmou um pênalti marcado em outra mão na bola na área argentina. .
– Gol ! 2 x 1, aos 40’. Gilberto bateu bem, tirando do goleiro, no capricho e diminuiu.
Enfim, valeu, e o Tricolor entrou no jogo.
Ele, de novo, o VAR ! novamente, definindo.
– Aos 43’, Capixaba na área testou e a bola parou nas mãos do zagueiro argentino. O árbitro marcou a infração/pênalti, mas foi chamado, outra vez, e checou o vídeo. Mais 4 minutos de análise… e o árbitro equatoriano confirmou a decisão.
– Seria o gol do empate, um achado, mas Gilberto bateu o pênalti com força e alto, por cima! O árbitro deu 15 minutos de acréscimo em função das paralizações/VAR. Nunca tinha visto isso.
Nos acréscimos, Gilberto ainda deixou Rossi de cara, pela direita, mas o avante perdeu o gol, chutou no corpo do goleiro. Faltou competência, duas vezes, e o empate não saiu.
Uma primeira etapa de absurdos, ocorrências inusitadas. Claro, tudo isso mexe também no emocional dos atletas. Sobretudo em que está atrás do marcador.
No mais, um Bahia que começou desligado, marcando muito mal no meio campo, errando passes à toa e que só foi entrar no jogo depois dos 30 minutos, após estar perdendo por 2 x 0.. Uma primeira etapa muito estranha. .
Nos vestiários, Mano tirou Élber, pipoqueiro, e colocou o recém contratado Gabriel Novaes, mais arisco. O time até voltou aceso, correndo mais. Gilberto, logo aos 3 minutos, entrou de cara e perdeu outra chance clara diante do goleiro. Rossi ainda tentou uma bicicleta, na sobra, sem guidão.
Com a vantagem no placar, os argentinos passaram a catimbar, usar da velha milonga, a malícia e malandragem, ganhando tempo, encerando, travando, quebrando a guia do adversário, e compactos defensivamente, marcando duro. Aos 14’, Anderson salvou mais um tento dos visitantes, numa cobrança de falta frontal, espalmando.
E, acreditem, Mano lançou mão dos veteranos Elias e Rodriguinho, aos 15 minutos, precisando virar. Mas eles tornam o ritmo mais lento, quando o Bahia precisava por velocidade, atacar, pressionar. Pra piorar mais ainda…
– Gol ! 3 x 1, por volta dos 25’. O Bahia inteiro no ataque, escanteios seguidos, e os argentinos, após uma bola mal recuada, outro passe equivocado, roubaram a bola e encaixaram um contragolpe em cima de Capixaba, que perdeu na velocidade e evitou cometer a falta (já tinha amarelo). Fernandez entrou livre e finalizou de cara.
Matheus Bahia entrou no lugar de Capixaba, já sem pernas (teve Covid) e amarelado, comprometendo. Mano pôs em campo o colombiano Ramirez, El índio, estreante, no lugar de Rossi que correu, correu e nada. O tempo passando e cadê a reação tricolor? Aos 32’, Elias bateu falta frontal, forte mas em cima do goleiro, que cedeu escanteio.
– Gol ! 3 x 2, Mateus Bahia, completando, finalizando, com chute forte e colocado, uma insinuante jogada de Gabriel Novaes, pela esquerda. Aos 34 minutos.
Os argentinos gastavam o tempo, caiam, faziam manha e o relógio andava. O Tricolor precisava de, no mínimo, um empate. O árbitro deu seis minutos de acréscimo. Nada aconteceu.
Escalações
– Bahia : Anderson, Nino Paraíba, Anderson Martins, Juninho e Capixaba; Ramon, Edson, Daniel; Rossi, Gilberto e Élber. Treinador, Mano Menezes.
– Defensa Y Justicia : Unsain, Rius, Frias, Martinez e Peredes; Larralde, Acevedo, e Isnaldo (Gallardo); Bou (Fernandez), Braian Romero e Pizzini. Treinador, Hernan Crespo (ex-centroavante artilheiro, três copas pela seleção argentina)
Arbitragem equatoriana, com VAR interferindo muito; Guillermo Guerrero, um soprador de apito fraco, inseguro.
O jogo de volta, na Argentina, será na próxima quarta-feira. Será possível?
Antes, na boca da noite do próximo sábado o Bahia encara o Palmeiras, em São Paulo, pelo Brasileirão Série A. Calendário apertado, sem descanso. E jogos difíceis na sequência.
Crédito: Notícia Capital.