A médica que teve nomeação vetada em secretaria especial do Ministério da Saúde, a dra. Luana Araújo respondeu em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (2), que a insistência de alguns setores da sociedade na discussão sobre o tratamento precoce é “delirante” e “esdrúxula’.
“Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente”, disse a médica.
Segundo a infectologista, hoje já existem estudos que relacionam o uso de cloroquina ao aumento da mortalidade entre pacientes com o novo coronavírus.
Em uma breve explanação, ao responder pergunta do senador Humberto Costa (PT-PE), a infectologista mestre em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins (EUA) explicou o motivo de que não há a possibilidade de ter uma “imunidade de rebanho” sem a cobertura vacinal de toda a população.
Por se tratar de um vírus com RNA, o Sars-Cov2 tem um alto potencial de replicação e mutação, portanto não seria possível gerar uma imunidade nos infectados em curto espaço de tempo.
Questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania) sobra as ameaças sofridas nas redes sociais, ela confirmou que eram ligadas ao “pseudo-tratamento precoce” e a sua defesa às “medidas restritivas”.
“O vírus o não passa de uma pessoa para outra por um ‘vácuo quântico’, mas sim porquê existe proximidade”, explicou a médica, que revelou desconhecer se o veto à sua nomeação na pasta no Ministério da Saúde foi por “motivações políticas”.
“Se foi por conta da minha posição técnica, científica, necessária para exercer o cargo, só me resta lamentar. É extremamente trágico, na verdade”, resumiu.
Crédito: BNews