O presidente Guilherme Bellintani disse que a demissão de Mano Menezes do cargo de técnico do Bahia não teve a ver com a participação na polêmica da acusação de racismo de Gerson, do Flamengo, contra Indio Ramírez durante a partida do último domingo (20). No relato após o jogo, o jogador do Rubro-Negro criticou o treinador por ter apoiado o colombiano.
“O Mano me procurou. Eu não sabia ainda dos fatos. A demissão dele não teve relação direta com os fatos. Quando conversei com ele, não tinha ideia do que tinha acontecido. A decisão da demissão não foi em função disso porque eu nem tinha conhecimento. Eu encontrei com ele fora do vestiário. Ele fez o questionamento sobre continuidade do trabalho, mudança. A gente debateu de uma forma muito franca. Em comum acordo, concluímos que seria melhor interromper o trabalho”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
O dirigente do Tricolor contou que viu a confusão em campo, que aconteceu aos sete minutos do segundo tempo, de longe, do camarote do Maracanã. Ele só ficou sabendo do teor da discussão depois, já no vestiário. O sistema de áudio da transmissão do canal Premiere, captou algumas palavras ditas por Mano Menezes, que saiu em defesa de Ramírez dizendo que Gerson estava de malandragem.
“Eu avalio que o clima todo estava muito tenso. Houve palavras, pelo que eu ouvi, que de certa forma não eram adequadas para o momento. Mas longe de mim ser covarde para dizer que a demissão aconteceu por causa disso. Não foi. Se fosse, eu diria. E se tivesse tido conhecimento disso, talvez até pudesse achar que isso colaboraria. Mas não foi o caso. Não vou querer me projetar e dizer que o Bahia tomou a decisão por causa disso. Não é verdade. Mas não quer dizer que eu tenha achado normal tudo o que foi dito ali”, comentou Bellintani.
Após responder todas as perguntas dos jornalistas, Mano Menezes encerrou a entrevista coletiva anunciando sua saída do clube. Em momento algum o treinado citou a polêmica em campo como um dos motivos da decisão. Segundo ele, a demissão foi tomada em comum acordo com o clube.
“Primeiro, vou dizer ao torcedor do Bahia que o presidente e eu tivemos uma conversa e eu entendo, o presidente também entendeu que deve haver uma troca no comando do futebol do Bahia a partir de agora. Acho que é o momento para fazer essa troca. Um treinador quando está num cargo, como eu estou, assume posições com o grupo que está aí. Você faz escolhas com o grupo que está aí. Na medida que os resultados não vem, o discurso do treinador vai enfraquecendo, vai perdendo confiança e eu acho que deva vir uma outra pessoa para comandar o Bahia exatamente para trazer ideias que são diferentes da minha, fazer escolhas que são diferentes da minha, porque ele não vai ter compromissos com essas escolhas que eu fiz. Acho que isso deve acontecer agora exatamente pela importância do momento e pela reta final que temos pela frente”, disse.
Ocupando a 16ª colocação na tabela com 28 pontos, mesma pontuação do Vasco que abre o Z-4, o Bahia não vence há sete jogos, sendo cinco derrotas consecutivas nos últimos compromissos. Mano Menezes foi contratado em setembro com a principal missão de acertar o sistema defensivo do Tricolor, no entanto deixa o comando da equipe como a defesa mais vazada do Brasileirão com 46 gols sofridos. Ele dirigiu o time em 24 jogos, sendo oito triunfos, dois empates e 14 derrotas.
No próximo domingo (27), às 16h, o Bahia recebe o Inter, na Arena Fonte Nova, pela 27ª rodada. Dado Cavalcanti, que retornou ao clube em outubro, assumiu o comando do Tricolor.
Crédito: Bahia Notícias.