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‘Esquerda está desafiada a se renovar’, afirma presidente do PT-BA

Foto: Reprodução

Nas eleições municipais deste ano, o PT registrou o seu melhor desempenho na Bahia, onde elegeu 32 prefeitos. Em contrapartida, a legenda perdeu a disputa nas maiores cidades do Estado, a capital Salvador e em Feira de Santana e Vitória da Conquista (essas duas no segundo turno) e isso foi visto como um enfraquecimento do partido pela oposição.

Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM (103.9), o presidente do PT na Bahia, Eden Valadares, avaliou os resultados do pleito eleitoral e como eles devem impactar em 2022, quando será decidida a sucessão do governador Rui Costa.

“Não gostamos de fazer balanço no calor da emoção logo após o processo eleitoral. Somente ontem (quinta,10) a diretiva estadual do partido começou a pensar. A priori, essa eleição ainda não foi uma eleição de retomada no país de um agenda civilizatória e que sirva de contraponto a essa onda conservadora que levou o atual presidente ao Palácio do Planalto em 2018. As urnas mostraram que ainda há uma consolidação dessa agenda liberal, então, para nós, ainda foi uma eleição de resistência. Resistir e impedir o avanço dessa agenda marcada por privatizações e que usa o expediente político do ódio e da intolerância”, avaliou.

“Aqui na Bahia, apesar de 2018 ter sido um ano muito forte do Bolsonarismo, elegemos o governador Rui Costa como o mais votado da história da Bahia e o senador Jaques Wagner. Aumentamos o número de votos, aumentamos o número de vereadores do PT mas tivemos reveses importantes. Isso tem causa e consequência para 2022? Não pensamos em uma relação tão direta assim”, disse o petista.

De acordo com Eden, os resultados em Feira de Santana e Vitória da Conquista, onde Zé Neto e Zé Raimundo foram derrotados pelos emedebistas Colbert Martins e Herzem Gusmão, não podem ser caracterizadas como derrotas, vide que a escolha dos eleitores foi pela continuidade dos prefeitos que já estavam à frente da admnistração dos municípios. “Óbvio que trabalhamos muito para vencer as duas, bateu na trave, mas as cidades escolheram manter os atuais prefeitos e o que precisamos fazer é respeitar a vontade popular em que pese os abusos eleitorais cometidos”, frisou.

Renovação petista

Na visão do presidente estadual, a queda do PT, também em âmbito nacional após não conquistar nenhuma capital no país, não pode ser vista como consequência de uma “falta de articulação” entre as bases de esquerda do país.

“Acho que culpar a esquerda pelas vitórias e derrotas é demais. Não há espaço vazio na política. O presidente da República se elegeu sem fazer campanha pública, sem participar de debate e ele pensou que agora em 2020 ele também disputaria assim. Ele não ocupou esse espaço, o DEM, o PSDB, o Centrão, ocuparam, tanto que avançaram”, avaliou Eden, que disse ainda que o momento deve ser pautado por uma agenda de “resistência” e aproveitado pela esquerda para renovar seus quadros junto à população.

“Creio que a esquerda está em um momento de resistir a essa onda, mas também está desafiada a se renovar. Renovar seu programa, sua linguagem, sua estética e também seus quadros políticos e lideranças públicas. Temos apostado em um processo de renovação por entender que há um conjunto novo de forças políticas. A sociedade que o PT foi fundado em 1980 mudou muito e é preciso que o PT atualize seu programa e suas formas de comunicação para estar mais próximo da atual realidade do povo brasileiro. Não vejo tanta dificuldade de renovação vide que a própria eleição do governador Rui Costa já foi um movimento dessa renovação”, salientou.

 

Crédito: A Tarde.

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